terça-feira, 16 de abril de 2013

SRP160 | 2013 e outras apreciações...


 ULTRAMARATONA DE BTT _ SRP160

Já lá ia algum tempo que não escrevia qualquer coisa por estas bandas! Mais precisamente desde Setembro de 2011...

Em boa verdade o tempo escasseia e quem me conhece sabe o quanto tenho andado por várias guerras e aventuras. Não é desculpa mas serve de justificação.

E nada como ganhar vontade de voltar a escrever algumas linhas como a que uma prova destas proporciona.


Recordo-me perfeitamente da 1ª edição desta fabulosa prova, por terras alentejanas, em 2008 e que algures mais abaixo (no histórico do Blogue) aparece descrita. Lembro-me dela perfeitamente. Era a primeira ultra maratona de BTT realizada em Portugal e estava em pulgas para a fazer e, naturalmente, acabar... E assim foi... e continua a ser.

Mais uma vez (a quarta) fui para Serpa para cruzar duas linhas: a de partida e a de chegada com um enorme sorriso de prazer e uma vontade muito grande de andar de bicicleta o dia todo. Algumas coisas vão mudando ao longo dos anos e a mais importante é a quantidade de amigos que vamos fazendo nos trilhos e o facto de já não fazer esta prova "a solo". Este ano coube a um amigo de longa data acompanhar-me e era a sua estreia numa "brincadeira" destas.


Sobre a edição de 2013
Como é habitual lá me meti no carro, de véspera, com mais alguns amigos e fomos vida fora. Um deles é companheiro de armas, o Sílvio Silva (com trilhos partilhados em SRP160, eoX240, Sudoex, e tanta outra guerra que já nem me lembro), com o Jorge Martins e um novo companheiro, o Jorge Pires (proprietário da loja e ginásio GaiaBike).
Ficamos instalados em Pias, a escassos quilómetros de Serpa, onde tivemos a oportunidade de conhecer um interessante restaurante e a boa qualidade da sua comida. Altamente recomendado, tomem nota: O Adro.
Dia D: acordamos cedo para os normais preparativos e lá fomos para Serpa, controlar a entrada nas Boxes de partida (ficamos todos separados, praticamente) e deu-se o tiro de partida...


Não tardou nada e encontrar o Jorge Meneses que me aguardava para fazermos a prova em conjunto e só ao fim de 25km conseguimos meter olho no Sílvio que ia desenfreado. Por sorte de um ciclista o Sílvio parou para dar bomba e nós seguimos o caminho sem perceber o que o estava a demorar. Por azar nosso ficamos privados da sua companhia e útil roda.


Os quilómetros foram-se desenrolando por novos trilhos e por alguns já bem conhecidos e o calor começava a aparecer. Que bem que sabia sentir o sol a entrar no corpo! Fomos cruzando trilhos, amigos, conhecidos, apanhamos rodas e demos protecção e lá fui com o Meneses SRP fora a fazer uma excelente média.


Ao longo dos quilómetros percorridos íamos assistindo ao maior flagelo destas provas, o desrespeito dos participantes com a natureza. Cada vez mais se viam restos de embalagens de barras e de geis pelos trilhos fora. Algo que a organização pouco pode fazer porque a educação é recebida em casa e cada participante sai de sua casa com a sua própria educação.


O percurso encontrava-se extremamente bem marcado, as zonas de abastecimento bem escalonadas pelo percurso mas o conteúdo do que se comia já teve melhores dias. Na minha opinião faltou comida mais simples e mais adequada como: simplesmente pão. De resto tudo funcionou com a devida normalidade e o trabalho de lubrificação das correntes foi extremamente útil.


O percurso fez-se por sítios inimagináveis e as cores estavam absolutamente surreais de tão belas que se apresentavam aos nossos olhos.


Minas de São Domingos


Paisagem rural






Ao fim de 8:48' de prova lá avistamos este senhor junto do arco de meta e o dia estava realmente ganho.



Os sorrisos estampados nos nossos rostos ao longo de toda a prova e em especial no momento de chegada espelham o que foi um dia inteiro a pedalar. Obrigado Meneses pela tua fabulosa companhia e boa disposição. Espero ter estado à tua altura para retribuir tudo isso. Lamentavelmente o Sílvio ainda continuava atrás de nós, muito perto mas ao mesmo ritmo a que seguíamos, o que impossibilitou colar-se ao nosso pequeno comboio



O tão desejado dístico aguardava-nos na linha de chegada e foi bem merecido e suado. Para trás estavam 165km de trilhos fabulosos, paisagens de nos fazer parar para tirar fotografias e enviar a quem mais nos habita o coração. Ficaram na memória as lembranças de muitas coisas que as guardarei por muitos anos, e já se pensa no eoX240...

Sobre o Jorge Meneses
Este menino de sorriso reguila apareceu-me há uns meses atrás a perguntar-me que bike é que eu lhe recomendaria... a minha resposta foi clara: uma cannondale!
Lá tratamos da negociata com a loja GONDOBIKE e o rapaz vive feliz montado numa bela bike branca e verde.
Com o desenrolar do tempo vem a confissão: "é pá, eu gostava de fazer Serpa com uma média de 20km/h. Achas que é possível?"...
Como a um amigo não se diz que não, mas também temos o ónus de lhe dizer sempre a verdade lá o encaminhei para o grupo de CrossFit, apresentei-o ao Sílvio Silva e a preparação específica começou.
Ao fim de 3 meses o Meneses foi capaz de se atirar para o desafio com uma confiança brutal e superar a média que pretendia fazer em 0,6km/h. Não é muito mais do que os 20km/h desejados, mas é a conquista do que se comprometeu fazer com um ligeiro bónus... Isso não tem preço... Perguntem-lhe!!!!


O Meneses é um atleta BOX PROJECT extremamente completo e dedicado aos seus sonhos. Encarou o desafio SRP160 como um homem deve fazer, de frente e sem medo. Atirou-se à luta e pouco, ou nada, teve importância o facto de eu ter-lhe feito companhia durante os 165km de prova. Sozinho teria superado da mesma forma o desafio.
Parabéns amigo, completaste uma Ultra Maratona, estás viciado a partir de agora... venha o eoX240 e o Sudoex (o maluco já se inscreveu na Ultra Series)!!!!

Outros amigos no SRP160
Como já referi, de ano para ano há cada vez mais amigos a participarem nesta fabulosa prova de btt. 
Deixo um abraço forte ao Jorge Martins e o desejo que para o próximo ano consiga finalmente acabar a prova, à terceira é de vez! Não é assim que se diz? Força amigo, Serpa estará lá em 2014 para te receber e ver-te a cruzar o arco de meta, de forma vitoriosa. Não desistas do teu sonho, vai atrás dele, não há qualquer vergonha em não acabar... Sigaaaaa!!!!!



Amigos de Guimarães como o Joaquim Pereira, o Leonel Pereira e o Pedro Oliveira, também estiveram presentes, assim como as suas estimadas companheiras. Um grande abraço a toda essa Armada Schwinn Cycling, vocês são lindos!
Um abraço especial ao aluno do Jorge Martins (meu de vez em quando) o Joaquim Castro Rodrigues pela excelente prestação e a provar que meses sem fim de pura dedicação valem bem a pena.
Um agradecimento especial ao Diogo Casado Vieira da Movefree pela companhia ao longo de, também, vários quilómetros.
Deixo uma nota especial a um companheiro muito querido, um anjo da guarda que cuida de mim, o Nuno Machado, que por força do destino não esteve presente, mas esteve bem melhor do que todos nós.
Ao nosso novo companheiro de pedalada, o Jorge Pires, um abraço especial e o profundo agradecimento pela disponibilidade de transporte, pela alegria contagiante, pela companhia que fez ao Jorge Martins e por tudo o resto. Parabéns...andas "comócaraças"!!!

Destaque importante para um amigo fabuloso, o José Ribeiro, que se estreou nesta prova com um tempo canhão e uma prestação invejável. Fico feliz pelo que és e por, basicamente, te ter iniciado no btt. Um grande abraço meu Tenente Coronel!!!


Uma ultima nota, muito especial a todas as meninas que estiveram presentes e que se comportaram como verdadeiras campeãs, com um beijinho especial à Clara Lopes e o seu merecido 2º lugar na prova dos 160km. Parabéns miúda! És top!!!


Outras apreciações...
Nos últimos meses não tenho feito treino específico de ciclismo, nem eu e nem o Sílvio. Tenho-me dedicado ao CrossFit para estar minimamente apto a poder participar em vários desafios sem ter de treinar especificamente uma determinada modalidade e dessa forma gerir mais confortavelmente o meu tempo. O mesmo acontece com o Sílvio e é a única explicação que podemos dar quando nos perguntam como conseguimos assim tempos interessantes de prova e acabarmos sem sofrimento, dores ou mazelas. Não é segredo, é CrossFit treinado de forma responsável e coerente.


O tempo que passamos a treinar permite-nos bastante flexibilidade e uma enorme adaptabilidade aos desafios que vamos encarando com elevada diversidade e regularidade.
Temos feito provas de corrida de estrada, trails, pedalamos indoor e outdoor, entre outras coisas... mas a base é sempre a mesma: CrossFit.


Neste campo deixo um agradecimento extremamente sentido ao Sílvio pela paciência que tem comigo e por acreditar piamente que não sou um caso perdido e (quem sabe?) fazer alguns resultados de jeito!!!
Obrigado menino por tudo, não tens dimensão, não tenho palavras para descrever tudo o que fazes por mim e para que seja um desportista mais completo.
Um agradecimento paralelo à Márcia Rebelo que controla a minha alimentação, antes, durante e após a prova e que com isso consigo andar mais afinadinho!



Gondobike
Há anos que sou cliente nesta bike shop. Poucos dias antes da prova meti a minha Scalpel para as necessárias afinações e ela veio imaculada!!!! Obrigado João Pedro pelo excelente trabalho que fizeste na "burra"... só não havia necessidade de a afinares para cross country! Não sou assim tão bom ciclista mas que ficou brutalmente rápida... ficou!!!! Obrigado, és um verdadeiro engenheiro.



Deixo os links para mais algumas fotos da prova...




Rescaldo Forum BTT

Facebook Trilhos Vivos

Obrigado a todos...

R.



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ultra Series 2011, ser um finisher

Falar do Ultra Series, é falar do trabalho fabuloso desenvolvido pela Trilhos Vivos, mas é também falar de muitos quilómetros em cima de bike, de muita amizade, de muito sofrimento e de muita paisagem. Sem nenhuma ordem em específico... ou talvez sim.

O Ultra Series é um conjunto de 3 ultra maratonas que se disputam em Portugal, a Sul do Tejo, muito a Sul.
São mais de 650km percorridos, mais de 12.000 m de acumulado vertical positivo, mais de 36h de prova.
Começou com o SRP160, passou pelo eoX240 e culminou agora com o Sudoex. Foram três grandes fins-de-semana de duro desafio.

Mas mais do que dados de prova (isso será relatado noutra mensagem) é receber a confiança dos amigos e aceitarem incondicionalmente o desafio acreditando quando lhes aceno um "claro que vamos conseguir". Nestas alturas, e especialmente para quem nunca experimentou Ultras (eu acho que sempre e só experimentei as mais difíceis) o desafio apresenta-se como algo que já não sei descrever por ter perdido essa inocência há muito tempo, mas diria que... um desafio duro demais. Acredito que aparente isso, sem erro...

Quem pedala comigo sabe que, dificilmente, alguém fica para trás e que só por força maior é que se desiste. Só mesmo no limite onde já não é seguro continuar. Os limites existem e são para se cumprir. Podemos aplicar muitos chavões, mas o respeito pelo corpo é imperativo.

Durante este longos quilómetros muita coisa aconteceu, muita dor rolou, e houve quem ficasse para trás. No fim, e é isso que importa, os laços estão mais fortes e inabaláveis. O meu típico sorriso confiante está cá (ainda que lhe chamem de bandido ou arrogante). Em boa verdade é de quem sorri de frente para os desafios da vida. Senão vejamos...
- arrastei os meus amigos para as coisas mais difíceis que se fazem numa btt em Portugal, desde Geo-Raids até eoX240, permiti-me fazer acreditarem que é transponível algo onde raramente se faz pela metade durante os treinos, subimos montes e descemos a vales, cruzamos o país de Espanha até ao mar, suamos, sofremos, sentimos o sol a estalar a pele, o ácido a rasgar as pernas, a bike a gritar por óleo, por manutenção, por descanso, e no entanto... fez-se.

Há pessoas que nos marcam na vida, no btt encontrei a maior parte delas. Não pelo amor às bikes, em si, porque isso é apenas um gosto comum, mas pela capacidade de aceitar o desafio sem competição entre amigos. De, independentemente dos resultados, saber esperar e levar. Carreguei, mas também fui carregado. Incentivei, mas também houve quem me "limpasse as lágrimas" de dor.

Não vou desembrulhar panos de adorno e de bajulação mas há coisas que devem ser ditas.

Obrigado Rui Lima porque és um senhor em cima de uma bike, e na tua exaltação sempre foste brando e paciente comigo. Foi assim que aprendi alguma coisa a andar de bike. Fizeste falta no Sudoex, havia lá 30km de muita areia que sei que ias detestar, mas já percorremos juntos os mesmos trilhos no Nacional de 2009. E chegamos ao fim, não foi?

Obrigado Bruno Espinha por teres trabalhado tanto para outros no eoX240, mesmo com o risco de comprometeres a tua prestação. Eu sei que não é fácil andar mais devagar, ao ritmo dos outros. Eu sei que mata. Isso matou-me em Serpa, mas fiz pelo Rui e o Karma compensou-me no eoX contigo. Obrigado pela tua roda, mas acima de tudo obrigado por nos levares... eramos 4!!!!

Obrigado Nuno Machado por seres como um irmão, mais velho, ainda que mais novo, ainda que a grande distância nos separe, mas estás sempre por perto. O verdadeiro anjo da guarda. Obrigado pela tua sapiência. Obrigado por partilhares o mesmo prazer pelos longos desafios e o mesmo sorriso perante a adversidade. Nisso somos parecidos, mas tu és melhor!!!

E no que toca a parecenças, e como tens uns óculos parecidos com alguém muito amigo, chega a vez do Sílvio, que sendo o último, aqui, caminha lado a lado com todos os bons que me acompanham. Somos a redundância do Karma!!!
Sílvio... não sei bem que relação temos, mas amizade é de certeza absoluta. Dos anteriores és o que conheço há menos tempo. E?!?!?!?!
O que te dou, dás em igual medida, ou mais. Quem sabe? Quem está a medir? É que nestas coisas de amizade, ou se dá ou se fazem contas. Eu não sei contar. Obrigado por me acompanhares, por me olhares de lado como se eu fosse um doido a vociferar quando te tento convencer a ires à guerra jurando-te que só vais dar e nunca apanhar!
Obrigado pelos treinos partilhados, por estares lá quando as coisas estão difíceis. Obrigado pelo eoX, pelo Sudoex, por Porto/Fátima/Porto, por já me estares a insultar pelo Porto/Estrela/Porto, pelo Porto/Algarve e pelo que mais virá. Porque disso eu não tenho noção. Mas se há uma coisa que sei, é que nunca te abandonarei tal como nunca o farás.
Obrigado por fazeres o que te pedi, por te divertires e por seres o nº 1 da Ultra Series Solo "rider".

Com tanta lamechice, e torno pública esta amizade (mais uma vez), resta-me ganhar fôlego para, em breve, ter forças para descrever detalhadamente os momentos vividos nesta ultima etapa da Series e resumir todas as outras.

Mas ser um Finisher passa essencialmente por aqui. Por percorrer caminhos, no trilho e na vida. Todos eles, eu faço-os na melhor companhia. O resto? Bem... o resto são tretas. Estórias do circo dos espelhos.

até já!!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

eoX240 - A Surf Trip mais estranha do Mundo, by Nuno Machado


O "Vermelho" do TEAM M&M fez um relato fabuloso sobre o eoX240 no seu próprio blog...
Narra, na primeira pessoa, o que viveu ao longo de muitos quilómetros de estrada, de btt e, novamente, de estrada.
Com o espírito certo, a atitude correcta e divertida, para lembrar-nos porque é que é bom pedalar com os amigos por esse mundo fora.

Encontrarão o relato em http://www.mcshade50.blogspot.com

A segunda parte do relato (onde o Nuno não conseguiu estar presente, e verão porquê na sua própria narrativa) contarei eu... na próxima mensagem!!!

Até já!!!!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Portalegre BTT Sportzone 2011

Em Janeiro lá recebi a notícia: "ó Nitro, já te inscrevi para Portalegre e já está pago!"...
Pronto, quando achava que tão cedo não teria de ir a PTG fazer a mítica maratona portuguesa lá tive de me habituar à ideia.
Até que não foi nada mau, e à semelhança de SRP160, combinei com Rui Lima que a maratona serviria como treino para o eoX240, que será já a 18 de Junho.
E assim foi, fomos juntos até PTG e gerimos o nosso tempo sempre em paralelo.

Chegado o dia acordamos ao mesmo tempo, e fomos juntos para o controlo Zero. Antes das 7h da manhã já lá estavam uns 20 participantes e as portas foram abertas pouco depois da hora marcada.
Um sprint até à linha de partida e lá nos posicionamos bem debaixo do arco e com a barriga encostada à fita demarcadora.

Veio a longa espera de duas horas até ao tiro de partida...

Esperava-nos um dia estranho, com sol e com chuva, e com qualquer coisa de permeio, entre o sol e a chuva, entre o frio e o calor!
Nessas condições teríamos de fazer quase 110km, com um acumulado de mais de 2.000 metros.

Às 9h da manhã lá suou o tradicional tiro de partida, num dia em que se comemorava a 10ª edição desta maratona. Mais de 3.000 participantes cruzaram o arco de partida, distribuindo-se cerca de 2.000 para a meia-maratona e os restantes 1.000 para os 110Km.


Mais uma vez a partida foi rápida e durante cerca de 12km de percurso em cidade, o pelotão teve oportunidade de se alongar e as posições foram-se adquirindo.


A ferocidade é a normal de sempre, com o Polar a subir instantaneamente acima dos 90% e a manter-se lá por muito tempo, mesmo muito tempo.
O percurso inicial serpenteou por Portalegre para mostrar às gentes locais porque é que é dia de festa e quantos são os comediantes ciclistas!



O ritmo muito alto criou logo um destacamento de um grupo muito coeso, onde se consegue ver na foto de cima, que os cerca de 50 bravos conseguiram posicionar-se adiante do grupo compacto de cerca de 3.000 participantes.
Lá me fui aguentando pelo meio, com o Rui Lima, o Paulo e o Ribeiro dos Cães do Monte.
Seguimos juntos sempre até à separação de percursos. Altura em que me senti cansado e decidi ir ao meu ritmo. Perdi-os de vista, como seria de esperar.

O percurso lá se foi desenrolando e durante muitos quilómetros rolou-se a bom ritmo, e eu desesperado por encontrar um grupo rolante que me levasse de novo à frente da corrida para apanhar os meus colegas... não consegui. Rolei sozinho e lá ia ganhando e perdendo uma ou outra posição.

Muito à frente encontro o Paulo e o Ribeiro a tratarem de um cabo de mudanças partido, da bike do Paulo e depois de ter perguntado se havia alguma coisa que fosse preciso fazer, lá segui caminho.
No abastecimento perto dos 60km encontro o Lima acabadinho de lá chegar e a retemperar forças.
Comecei a "crescer" ao nível de andamento e lá fomos, os dois, monte fora sempre a rolar a bom ritmo.
E assim foi até aos 80km, sempre a subir (aproximadamente 40km seguidos) muitas vezes de talega, pois a inclinação não era muita, na generalidade do troço.

Após mais um abastecimento, depois de umas longas, rápidas, perigosas e deliciosas descidas (com a minha scalpel a mostrar-me porque é que é uma bike fabulosa) lá começou a estridente subida final de 10km, até ao ponto mais alto do percurso e arredores.






Consegui seguir caminho, nos ultimos quilómetros desta subida, com um rapaz (também ele com uma Scalpel) e mantivemos um ritmo constante.

Era impressionante como ultrapassavamos centenas de participantes da meia-distância. Todos a pé, todos a sofrer, absolutamente doloroso.









Depois de um ultimo abastecimento, uns insultos a quem me inscreveu na maratona, e com uma carga de adrenalina a correr nas veias e a antecipar a diversão das descidas, lá nos metemos a caminho para os quilómetros finais.

E assim foram feitos, a rolar desenfreadamente até à meta, sempre a passar por centenas de participantes e a lembrar que treinar compensa!!!


A tirada de esforço valeu-me a 86ª posição, menos 7 lugares que no ano passado e com, exactamente, o mesmo tempo... 5h36'.


Este ano ficou marcado pela presença de chuva, e de muita lama, um terreno pesado, muitos riachos com bastante água.

Balanço feito... mesmo tempo, melhor classificação, num ano mais duro... nada mau.


Os filmes sobre Portalegre andam aí e espelham, bem melhor, o relato que aqui faço. Não os percam...



segunda-feira, 11 de abril de 2011

SRP160 - O Alentejo não é plano, mas é bem bonito!

Após uma semana de verdadeira travessia do deserto, lá me aviei para Serpa, com tudo arranjado às pressas porque o meu companheiro não gosta de esperar.










Foi uma semana de verdadeiro descanso, longe das bikes, longe da dureza, e isso foi bom porque andava muito cansado. Seja como for, era a semana de super-compensação...


Lá tivemos de passar por Almeirim para a obrigatória Sopa de Pedra e Secretos de Porco Preto grelhados e ao final da tarde lá nos instalamos no parque de campismo (gratuito para os participantes). A tenda, claro, montou-se em 2''... mais coisa, menos coisa.


O ambiente era calmo e houve lugar a um copo de cerveja com amendoins ainda antes do jantar, que foi servido num dos restaurantes mais conhecidos de Serpa.


7h30 - dia 9 de Abril


Lá nos alinhamos na box de partida e ainda arranjamos um lugar para os amigos 100%Diferentes (Sílvio e Nuno). A malta estava calma e antecipava-se um dia interessante para fazer a ultra. Havia uma fina chuva no ar, que quase não molhava e ajudou a compactar um pouco o pó da pista. Umas poucas horas mais tarde lá secou tudo e tivemos de comer pó, apesar de tudo!


A partida deu-se à hora prevista, 8h da manhã, e lá arrancou o pelotão directo à longa travessia de 168km que demoraria uma boa parte do dia a fazer-se.




A organização escolheu bem o percurso de arranque, conseguindo-se fazer uma boa parte em estrada, estradão, tudo isto antes de se entrar no mato.

Assim conseguiu-se criar um andamento adequado, ou quase, possibilitando uma forma de os concorrentes se organizarem entre si.

Mesmo assim, numa curva apertada, ia eu na parte de fora e acabei por ter de fazer uma saída do alcatrão, por me terem fechado, o mesmo aconteceu com o Sílvio, que ia na minha roda, e acabou projectado da Scale onde seguia, devido ao degrau no alcatrão. Mas como um homem é um homem, não se fez rogado e montou na bike e seguiu estrada fora como se não houvesse amanhã. Seguiu todo rasgado nos braços, sim... rasgado, e não tinha mangas compridas... foi mesmo pele!


Um pouco mais tarde lá entramos no single-track do Guadiana, ainda antes de ver o Zeferino estendido no chão devido a uma queda feia numa descida rápida.



Eu



o Espinha



o Nuno


o Marco


eu e um amigo do Geo-Raid logo na minha roda


o meu patrão!



a lavar pneu












as meninas da assintência, obrigado pela ajuda!



o tão desejado arco



a vénia aos participantes!



Mas voltando ao relato...

Depois da confusão aligeirada do single-track do Guadiana lá nos fomos esforçando para encontrar ritmo de andamento.

Foi nas primeiras descidas que percebi que não tinha travão da roda traseira e mal me queixei ao Rui ele saiu-me logo com uma resposta à maneira dele... "Não vais precisar do travão, aqui não se trava!!!" - "ok, vou-me esborrachar" pensei eu... siga...!!!!

E assim foi... siga... pelo constante sobe e desce das colinas, umas vezes num grupo, outras noutro grupo, mas sempre a dar-lhe certo.



Ao quilómetro 80 o Rui começou a perder um pouco o andamento e lá fomos abrandando para tentar manter tudo certo. Ficamos apenas três. Eu, o Rui e o Valentim. Atravessamos as minas, com uma paisagem fabulosa e lá seguimos para mais um ponto de abastecimento.


Um pouco mais tarde lá encontramos mais dois atletas e fizemos um grupo de cinco que se manteve até bem perto do quilometro 123.


Ainda antes desse abastecimento fizemos longas subidas a rolar bem rápido (ou quase, visto que me estavam sempre a pedir para tirar andamento). No final de todo esse tramo de percurso rápido , um dos rapazes teve de seguir porque já estavamos com um andamento francamente mais lento, mas já tinhamos deixado um deles para trás, cheio de caimbras.


Tempo para mais um abastecimento, o penúltimo, e restava-nos apenas cerca de 40km. Estava quase...


Nesse mesmo abastecimento senti o meu companheiro bastante fraco e ficamos por ali algum tempo a recuperar forças. Chega o Portela à nossa beira, que também se abastece, e arrancamos os três para o final.



As subidas, apesar de simples, cada vez se tornavam mais penosas para o Rui, e foi quando ele me deu indicações para o largar. "Vai-te embora, não percas mais tempo, não deixes que mais ninguém te roube lugares", perguntei-lhe se tinha a certeza se queria mesmo que o deixasse só. Ele responde com um claro sim e arranquei para os ultimos 30km.

Dou indicação ao Portela para seguirmos e arranquei a todo o vapor.

Lá fui encontrando o caminho para o final, e lá me foram encontrando, as caimbras, a mim, numa ou outra subida.


Ao fundo vislumbravam-se os silos dos cereais, a meta era mesmo ao lado e ganhei aquelas forças finais para ir quase a sprintar, ainda passei por malta dos 80km e lá cheguei à meta a todo o gás, bem fresquinho, apenas com sede.


E assim fiz mais uma ultra, a edição do SRP160 de 2011. Estive lá em 2008 e fiz o tempo de 9:19, o que me dá muita alegria em ter tirado cerca de 1:45. Nada mau!!!


A diversão, bom... essa foi a mesma.



Resumindo...

O 1º lugar coube ao João Benta, com 6:20;

2º para Marco Almeida;

e 3º para o Ricardo Figueiredo.

Eu fiquei com o 55º lugar, num total de 7:33;


entre os amigos...

69º para o Portela com 7:38;

79º para o Sílvio com 7:47;

80º para o Rui Lima também com 7:47.



Parabéns à malta da Rodabike que também fez boas classificações.



É verdade... já me esquecia... não precisei do travão!!!!!



o culpado dos empenos, da diversão, e do querer lá voltar... até breve amigo, até ao eoX240!


obrigado a todos.



Pouco usei o que era proporcionado nos abastecimentos, mas reparei que eram bastante interessantes, mas conto apenas comigo e com o que levo. É uma forma de garantir que não fico mal.


O percurso estava bem marcado, mas levamos GPS o que é sempre garantia de que não nos perdemos.


A organização está, como sempre, de parabéns por tudo o que fez, por tudo o que proporciona e por todas as recordações que ficam na nossa mente.




Obrigado por nos fazerem sentirmos vivos!!!


Até ao eoX240!!!! Até já...