segunda-feira, 11 de abril de 2011

SRP160 - O Alentejo não é plano, mas é bem bonito!

Após uma semana de verdadeira travessia do deserto, lá me aviei para Serpa, com tudo arranjado às pressas porque o meu companheiro não gosta de esperar.










Foi uma semana de verdadeiro descanso, longe das bikes, longe da dureza, e isso foi bom porque andava muito cansado. Seja como for, era a semana de super-compensação...


Lá tivemos de passar por Almeirim para a obrigatória Sopa de Pedra e Secretos de Porco Preto grelhados e ao final da tarde lá nos instalamos no parque de campismo (gratuito para os participantes). A tenda, claro, montou-se em 2''... mais coisa, menos coisa.


O ambiente era calmo e houve lugar a um copo de cerveja com amendoins ainda antes do jantar, que foi servido num dos restaurantes mais conhecidos de Serpa.


7h30 - dia 9 de Abril


Lá nos alinhamos na box de partida e ainda arranjamos um lugar para os amigos 100%Diferentes (Sílvio e Nuno). A malta estava calma e antecipava-se um dia interessante para fazer a ultra. Havia uma fina chuva no ar, que quase não molhava e ajudou a compactar um pouco o pó da pista. Umas poucas horas mais tarde lá secou tudo e tivemos de comer pó, apesar de tudo!


A partida deu-se à hora prevista, 8h da manhã, e lá arrancou o pelotão directo à longa travessia de 168km que demoraria uma boa parte do dia a fazer-se.




A organização escolheu bem o percurso de arranque, conseguindo-se fazer uma boa parte em estrada, estradão, tudo isto antes de se entrar no mato.

Assim conseguiu-se criar um andamento adequado, ou quase, possibilitando uma forma de os concorrentes se organizarem entre si.

Mesmo assim, numa curva apertada, ia eu na parte de fora e acabei por ter de fazer uma saída do alcatrão, por me terem fechado, o mesmo aconteceu com o Sílvio, que ia na minha roda, e acabou projectado da Scale onde seguia, devido ao degrau no alcatrão. Mas como um homem é um homem, não se fez rogado e montou na bike e seguiu estrada fora como se não houvesse amanhã. Seguiu todo rasgado nos braços, sim... rasgado, e não tinha mangas compridas... foi mesmo pele!


Um pouco mais tarde lá entramos no single-track do Guadiana, ainda antes de ver o Zeferino estendido no chão devido a uma queda feia numa descida rápida.



Eu



o Espinha



o Nuno


o Marco


eu e um amigo do Geo-Raid logo na minha roda


o meu patrão!



a lavar pneu












as meninas da assintência, obrigado pela ajuda!



o tão desejado arco



a vénia aos participantes!



Mas voltando ao relato...

Depois da confusão aligeirada do single-track do Guadiana lá nos fomos esforçando para encontrar ritmo de andamento.

Foi nas primeiras descidas que percebi que não tinha travão da roda traseira e mal me queixei ao Rui ele saiu-me logo com uma resposta à maneira dele... "Não vais precisar do travão, aqui não se trava!!!" - "ok, vou-me esborrachar" pensei eu... siga...!!!!

E assim foi... siga... pelo constante sobe e desce das colinas, umas vezes num grupo, outras noutro grupo, mas sempre a dar-lhe certo.



Ao quilómetro 80 o Rui começou a perder um pouco o andamento e lá fomos abrandando para tentar manter tudo certo. Ficamos apenas três. Eu, o Rui e o Valentim. Atravessamos as minas, com uma paisagem fabulosa e lá seguimos para mais um ponto de abastecimento.


Um pouco mais tarde lá encontramos mais dois atletas e fizemos um grupo de cinco que se manteve até bem perto do quilometro 123.


Ainda antes desse abastecimento fizemos longas subidas a rolar bem rápido (ou quase, visto que me estavam sempre a pedir para tirar andamento). No final de todo esse tramo de percurso rápido , um dos rapazes teve de seguir porque já estavamos com um andamento francamente mais lento, mas já tinhamos deixado um deles para trás, cheio de caimbras.


Tempo para mais um abastecimento, o penúltimo, e restava-nos apenas cerca de 40km. Estava quase...


Nesse mesmo abastecimento senti o meu companheiro bastante fraco e ficamos por ali algum tempo a recuperar forças. Chega o Portela à nossa beira, que também se abastece, e arrancamos os três para o final.



As subidas, apesar de simples, cada vez se tornavam mais penosas para o Rui, e foi quando ele me deu indicações para o largar. "Vai-te embora, não percas mais tempo, não deixes que mais ninguém te roube lugares", perguntei-lhe se tinha a certeza se queria mesmo que o deixasse só. Ele responde com um claro sim e arranquei para os ultimos 30km.

Dou indicação ao Portela para seguirmos e arranquei a todo o vapor.

Lá fui encontrando o caminho para o final, e lá me foram encontrando, as caimbras, a mim, numa ou outra subida.


Ao fundo vislumbravam-se os silos dos cereais, a meta era mesmo ao lado e ganhei aquelas forças finais para ir quase a sprintar, ainda passei por malta dos 80km e lá cheguei à meta a todo o gás, bem fresquinho, apenas com sede.


E assim fiz mais uma ultra, a edição do SRP160 de 2011. Estive lá em 2008 e fiz o tempo de 9:19, o que me dá muita alegria em ter tirado cerca de 1:45. Nada mau!!!


A diversão, bom... essa foi a mesma.



Resumindo...

O 1º lugar coube ao João Benta, com 6:20;

2º para Marco Almeida;

e 3º para o Ricardo Figueiredo.

Eu fiquei com o 55º lugar, num total de 7:33;


entre os amigos...

69º para o Portela com 7:38;

79º para o Sílvio com 7:47;

80º para o Rui Lima também com 7:47.



Parabéns à malta da Rodabike que também fez boas classificações.



É verdade... já me esquecia... não precisei do travão!!!!!



o culpado dos empenos, da diversão, e do querer lá voltar... até breve amigo, até ao eoX240!


obrigado a todos.



Pouco usei o que era proporcionado nos abastecimentos, mas reparei que eram bastante interessantes, mas conto apenas comigo e com o que levo. É uma forma de garantir que não fico mal.


O percurso estava bem marcado, mas levamos GPS o que é sempre garantia de que não nos perdemos.


A organização está, como sempre, de parabéns por tudo o que fez, por tudo o que proporciona e por todas as recordações que ficam na nossa mente.




Obrigado por nos fazerem sentirmos vivos!!!


Até ao eoX240!!!! Até já...