quinta-feira, 26 de maio de 2011

Portalegre BTT Sportzone 2011

Em Janeiro lá recebi a notícia: "ó Nitro, já te inscrevi para Portalegre e já está pago!"...
Pronto, quando achava que tão cedo não teria de ir a PTG fazer a mítica maratona portuguesa lá tive de me habituar à ideia.
Até que não foi nada mau, e à semelhança de SRP160, combinei com Rui Lima que a maratona serviria como treino para o eoX240, que será já a 18 de Junho.
E assim foi, fomos juntos até PTG e gerimos o nosso tempo sempre em paralelo.

Chegado o dia acordamos ao mesmo tempo, e fomos juntos para o controlo Zero. Antes das 7h da manhã já lá estavam uns 20 participantes e as portas foram abertas pouco depois da hora marcada.
Um sprint até à linha de partida e lá nos posicionamos bem debaixo do arco e com a barriga encostada à fita demarcadora.

Veio a longa espera de duas horas até ao tiro de partida...

Esperava-nos um dia estranho, com sol e com chuva, e com qualquer coisa de permeio, entre o sol e a chuva, entre o frio e o calor!
Nessas condições teríamos de fazer quase 110km, com um acumulado de mais de 2.000 metros.

Às 9h da manhã lá suou o tradicional tiro de partida, num dia em que se comemorava a 10ª edição desta maratona. Mais de 3.000 participantes cruzaram o arco de partida, distribuindo-se cerca de 2.000 para a meia-maratona e os restantes 1.000 para os 110Km.


Mais uma vez a partida foi rápida e durante cerca de 12km de percurso em cidade, o pelotão teve oportunidade de se alongar e as posições foram-se adquirindo.


A ferocidade é a normal de sempre, com o Polar a subir instantaneamente acima dos 90% e a manter-se lá por muito tempo, mesmo muito tempo.
O percurso inicial serpenteou por Portalegre para mostrar às gentes locais porque é que é dia de festa e quantos são os comediantes ciclistas!



O ritmo muito alto criou logo um destacamento de um grupo muito coeso, onde se consegue ver na foto de cima, que os cerca de 50 bravos conseguiram posicionar-se adiante do grupo compacto de cerca de 3.000 participantes.
Lá me fui aguentando pelo meio, com o Rui Lima, o Paulo e o Ribeiro dos Cães do Monte.
Seguimos juntos sempre até à separação de percursos. Altura em que me senti cansado e decidi ir ao meu ritmo. Perdi-os de vista, como seria de esperar.

O percurso lá se foi desenrolando e durante muitos quilómetros rolou-se a bom ritmo, e eu desesperado por encontrar um grupo rolante que me levasse de novo à frente da corrida para apanhar os meus colegas... não consegui. Rolei sozinho e lá ia ganhando e perdendo uma ou outra posição.

Muito à frente encontro o Paulo e o Ribeiro a tratarem de um cabo de mudanças partido, da bike do Paulo e depois de ter perguntado se havia alguma coisa que fosse preciso fazer, lá segui caminho.
No abastecimento perto dos 60km encontro o Lima acabadinho de lá chegar e a retemperar forças.
Comecei a "crescer" ao nível de andamento e lá fomos, os dois, monte fora sempre a rolar a bom ritmo.
E assim foi até aos 80km, sempre a subir (aproximadamente 40km seguidos) muitas vezes de talega, pois a inclinação não era muita, na generalidade do troço.

Após mais um abastecimento, depois de umas longas, rápidas, perigosas e deliciosas descidas (com a minha scalpel a mostrar-me porque é que é uma bike fabulosa) lá começou a estridente subida final de 10km, até ao ponto mais alto do percurso e arredores.






Consegui seguir caminho, nos ultimos quilómetros desta subida, com um rapaz (também ele com uma Scalpel) e mantivemos um ritmo constante.

Era impressionante como ultrapassavamos centenas de participantes da meia-distância. Todos a pé, todos a sofrer, absolutamente doloroso.









Depois de um ultimo abastecimento, uns insultos a quem me inscreveu na maratona, e com uma carga de adrenalina a correr nas veias e a antecipar a diversão das descidas, lá nos metemos a caminho para os quilómetros finais.

E assim foram feitos, a rolar desenfreadamente até à meta, sempre a passar por centenas de participantes e a lembrar que treinar compensa!!!


A tirada de esforço valeu-me a 86ª posição, menos 7 lugares que no ano passado e com, exactamente, o mesmo tempo... 5h36'.


Este ano ficou marcado pela presença de chuva, e de muita lama, um terreno pesado, muitos riachos com bastante água.

Balanço feito... mesmo tempo, melhor classificação, num ano mais duro... nada mau.


Os filmes sobre Portalegre andam aí e espelham, bem melhor, o relato que aqui faço. Não os percam...