sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Comunicado sobre Geo-Raid Series


Bike Magazine n.º 164 . 11/2010

Ainda, por lapso, a equipa TRILHOFICTION Cross Racing aparece com a classificação no troféu Geo-Raid Series com o 10º lugar.
Este lapso deve-se à organização da prova que já nos comunicou ter reparado no erro. No entanto, nada, ainda, fez para corrigir o que deve ser corrigido.
Certos que é apenas um lugar, mas tendo em conta que o apanágio dos mesmos é o rigor e a isenção, gostariamos de ver reposta a verdade dos factos.
O erro reside na equipa que aparece em 9º lugar que não concluiu as 6 etapas com a mesma formação.

A classificação final, demonstrada pela organização, e correcta está acessível em http://www.geo-raid.com/downloads/Geo-Raid_Class_Trofeu.pdf

A todos os nossos patrocinadores, um solene pedido de desculpas, por parte da Equipa.

Aproveitamos, ainda, para informar que o 10º lugar é ocupado pela equipa Team Rocky Mountain Portugal, com os amigos Nuno Silva e Rui Babo.

Atenciosamente,

Ricardo R. Pereira
Team Leader

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Geo-Raid Series 2010


www.geo-raid.com

TRILHOFICTION Cross Racing
Ricardo Pereira "Nitro" , Rui Paiva Lima


Após 3 provas - São Pedro do Sul, Serra da Estrela e Montalegre...
Após 6 etapas - 570 Km...
Após muita subida - 17.600m de acumulado vertical...
Após temperaturas máximas - 43º...
Após uma excelente hidratação - Super Bock em Manteigas...



Após tudo isso, e muito mais, o 9º lugar do Troféu Geo-Raid Series 2010!!!!

Os Finishers de 2010, apenas 48 equipas

Geo-Raid #3 Montalegre . 25-26/09 Series 2010

Mais uma vez solicitei ao meu companheiro de Aventuras Épicas para que fizesse o rescaldo.
Presenteou-me com uma geral das seis etapas!!!! Fabuloso.
Aqui vão as impressões do Paiva Lima, o Ás do Pedal, hehehe.

"Vamos lá fazer o rescaldo do Geo-Raid Series 2010, a pedido do meu colega de equipa, o Nitro.
Esta coisa é feita em equipa de dois elementos (malucos, de preferência), tem 3 provas com 2 etapas cada, e muito acumulado de súbida.

A primeira prova foi nas Serras de São Pedro do Sul. Lá fomos nós com algum receio, pois para mim era a primeira vez que fazia uma prova em equipa e também conduzia a bike com GPS. Para o Nitro o receio era outro pois lá tinha feito no ano anterior esta prova, mas o homem do GPS enganou-se, e desta vez o maçarico era eu...
À hora da partida lá estavamos nós na nossa box a tremer, não só de nervos, mas também de frio pois era muito cedo. Passados alguns momentos lá fizeram a contagem decrescente e "Partida". Arrancamos colados um ao outro, a todo o gás. Eu lá me ia conseguindo guiar pela máquina que levava no guiador e o Nitro, com o seu receio, lá me ia perguntando: "é por aqui? tens a certeza?". Só no meio de bonitas aldeias é que eu não tinha a certeza toda, pois a máquina era mais lenta que a nossa velocidade, mas lá nos iamos desenrascando.
Percurso fabuloso, mas muito duro, cheio de calçadas Romanas a subir e a descer, mas lá chegamos ao fim... esperem lá... isto no primeiro dia!!!
Na meta esperava-nos um bom banquete, posto pela organização, com boa comida, cheia de proteínas e outras coisas, que tais. Por fim, a boa massagem (só para alguns, eu sofri p'ra caraças) mas ficamos como novos, prontos para o outro dia de combate e mais algumas subidas.
No segundo dia, tal como no primeiro, levantamo-nos cedo, tomamos o pequeno-almoço e fomos para a nossa box de partida. Este dia tem sempre menos quilómetros, mas a mossa dos Km do 1º dia não ajudam nada, mas lá conseguimos chegar ao fim e para nós, claro, muito bem classificados.
Na hora de descanso, enquanto se comia e bebia qualquer coisa, as conversas entre os atletas eram sobre que esta prova do Geo-Raid seria a mais dura das três...

Mas desenganem-se... a prova da Serra da Estrela, que seria a segunda do troféu, foi muito mais difícil, pois esteve muito calor, cerca de 43 graus (como máxima registada) o que levou muitas equipas a ter que abandonar por desgaste físico. Isso não aconteceu connosco pois o Nitro empurrou-me cerca de 8km (dizem que é o espírito de equipa), eu acho que é muita força nas pernas e espírito de sacrifício para termos as nossas camisolas de finishers.

Depois das férias de Verão, lá veio a prova de Montalegre. Seria o Geo-Raid com menos quilómetros e menos acumulado. Não foi fácil, mas foi divertido pois tantas equipas queriam terminar e viram-se muitos a serem empurrados após poucos quilómetros (o tal espírito de equipa) para se ter a tal camisola do finishers club.

Nós lá conseguimos a dita cuja e com um honroso 9º lugar no final do troféu.

Quero agradecer a todos os que nos apoiaram, em especial aos nossos patrocinadores e até para o ano!!!

Abraços,

Rui Paiva Lima"




A Dupla Infernal Paiva Lima / Nitro
prontinhos para o arranque


amigos que por lá se fazem, procurem "Proteik"

a partida

num local fabuloso


mais um amigo da Move Free, Diogo Casado







pelos lados de Espanha









outro amigalhaço, o Telmo do BTT Matosinhos a rebocar o companheiro!!!

Move Free no seu melhor



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

24 horas BTT de Famalicão

A tão esperada prova para maluquinhos lá chegou... as 24 horas às voltinhas no monte!!!! Em Famalicão, claro.
A semana que antecipava os dias de prova foi um pouco afastada da bike, também já não havia grande treino a fazer e nesse sentido lá fui pedalando em algumas aulas de cycle para calejar o VO2 max.
No dia anterior lá veio a má notícia que o resto da malta da minha equipa não ia estar toda para completar a trupe de 6 gajos a correrem na categoria de homens, 6 elementos. A presença deles era fundamental para o apoio logístico e moral.
Mas no sábado de manhã lá me dirigi para Famalicão com o Zé Manel, que me iria dar o apoio, até chegarem o Cláudio e o Paulinho.
Esses 3 fariam a equipa de 6... batem mal...

Ao meio-dia em ponto, mais minuto menos minuto, hehehe, lá toca a gaita e a malta a solo arranca como se fosse fazer um regional de XC na terra das batatas e das cebolas, a todo o vapor, como se 24horas fossem passar em 24 minutos. Eu tb sprintei logo ao arranque, nem sei bem porquê!!! Mas soube bem.

Passados 2km por estrada de aldeia voltamos a entrar no recinto da prova, pela porta das traseiras, situação que se iria prolongar até ao fim de 24horas, ao fim de cada voltinha de 8,6km.
A malta estendeu-se por um pelotão vasto, uns com mais e outros com menos pressa. Rapidamente perdi a noção do lugar que ocupava. Mas também não era importante.
Segui a bom ritmo pela sucessão de voltas, a uma média de 30 minutos por volta, tendo sido a minha mais rápida com 28'.
De 3 em 3 horas lá fazia uma paragem às boxes para comer uma massa e bebericar uns golos de coca-cola, que sabia mesmo muito bem.
Por volta das 4h da tarde tive o prazer de ter regularmente a companhia de um dos meus colegas da equipa de 6. Cada um dava umas 2 voltas e comigo e trocavam de parceiro. Soube bem essa guarda de honra a dar apoio moral.
À 7ª volta o Rui Miranda chega-se a mim e fazemos um bom tempo juntos e trocamos algumas impressões sobre a concorrência e em especial sobre o Abel, que já nos tinha dobrado uma vez e preparava-se para o fazer novamente.
Dobramos o Francelino precisamente nessa mesma volta e lá seguimos juntos.
A média mantinha-se sempre a mesma até perto das 23horas, altura em que estava classificado em 3º lugar. Perdi o 2º assim que deixei o Rui seguir para a minha frente. Mas também não era muito importante, estava ali para me correr bem a prova mas não queria sair magoado nem enjoado deste tipo de provas. Além disso uma de 24h a solo "mata" um homem e demora semanas a recuperação. Não me posso dar a esse luxo dado que daqui a pouco mais de uma semana tenho o Geo-Raid de Montalegre e queremos subir, ou pelo menos manter, o 19º lugar da geral da competição, e trazer o jersey de finisher, obviamente.
Entre as 23h e as 2h da manhã mudei de tática e parei sempre ao fim de cada duas voltas. Sabia bem realizar pequenos objectivos de uma hora cada.
Entretanto a pista começava a ficar massacrada com milhares de passagens de rodas pitonadas e o pó colava-se ao corpo de uma forma muito gordurosa.
Lá se foram sucedendo as voltas, umas a seguir às outras, com subidas, descidas, trilhos, single-tracks, degraus, regos, descidas rápidas, pó, escuridão, etc.
Também tive a oportunidade, nada interessante de ver a Ana Rocha a ser assistida na pista, logo a seguir à queda que teve na zona mais técnica do percurso. Uma infelicidade...

Às 2h da manhã foi a altura ideal para partir as trombas a meia pizza familiar e quase um litro de coca-cola. Era a 3ª fase da prova... a descompressão. Tinha feito 11h com tudo bem atarrachado, depois mais 3h com paragens de hora a hora, era altura de curtir o padock, os companheiros, o ambiente e dormir um pouco. E assim o fiz, deitei-me no chão todo vestido, e com capacete. Só tirei as luvas. Pernas ao alto e toca a ressonar no chão. Como o frio fazia-se sentir, meti um plástico por cima de mim e enrolei-me todo no chão e dormi até às 7h50', altamente, que rico sono.

Levantei-me, fui lavar a cara e ver o ecrãn das classificações. Estava agora em 6º lugar com 25 voltas feitas. Comi qualquer coisa, meti-me na bike e segui para a 4ª parte da prova... a etapa final de voltas no máximo dos máximos. Durante a manhã fui dando as voltas que consegui, quase à mesma média de 30' cada uma e às 11h45' estava com 31 voltas. Deveria ter dado mais uma e teria agarrado o 5º lugar mas a forma demorada com que as classificações eram actualizadas levou-me a essa má gestão. Mas, na realidade, também não era uma melhoria significativa de nada.

Sensações sobre a organização...
Tudo pareceu-me correr com um bom aspecto geral, bem organizado, com um percurso bonito, um pouco duro para se andar ali a pedalar tantas horas. Poderia ter sido limpo em algumas zonas, porque haviam pequenas lixeiras e isso é pouco interessante. As zonas mais técnicas não eram nenhuma desgraça e faziam-se bem e eram bem divertidas.
O único aspecto negativo foi mesmo a forma demorada na actualização de posições.

Sobre a minha prova...
Fiz, como já disse, em quatro etapas. Acho que é importante criar patamares de actuação para quebrar a monotonia e o sofrimento de tantas horas a pedalar. Longe de ter feito uma prova perfeita e sem um resultado de destaque, sinto que aprendi muito sobre a dureza deste tipo de prova, alguma coisa sobre a concorrência, e algo sobre gestão de emoções. Em altura alguma entrei em sofrimento, em agonia, nunca me senti enjoado ou com vontade de desistir. Acima de tudo diverti-me muito, muito mesmo.
Dei 31 voltas, que são quase 300km, um acumulado de mais de 5.000m, e 11.000 kcal gastas em 17 a pedalar. Como podem ver, estive longe das 24h. E em boa verdade bastava-me ter pedalado mais uma hora e meia e teria assegurado o 3º lugar sem grande esforço. A pedalar as 24horas poderia ter feito concorrência ao Rui e, eventualmente, trabalhar um 2º lugar. Mas tudo a seu tempo.

Sobre a minha Scalpel...
Fabulosa, sem qualquer problema na lefty ou outro problema mecânico. Levei regulações para XC que acabaram por ser um pouco duras mas ajudaram na eficiência.

Sobre empenos ou dores...
As pernas ficaram muito bem, com alguns focos de dor nos quadricepes e gêmeos, mas nada de especial. As mãos ficaram doridas e para não falar nos arredores dos "intestículos" que ficaram inchados. Mas fiquei tão bem que no dia seguinte fui pedalar 3 horas de cycle a todo o vapor.

Sobre futuras provas a Solo...
Há que digerir tudo muito bem, perceber a mecânica de tudo isto, ver os erros e adicionar melhorias, porque é um formato de prova muito interessante e que sinto que poderei disputar os pódios sem grandes dramas.

Site da prova:
www.24horasbttfamalicao.com

Site dos organizadores e links para centenas de fotos:
www.amigosdopedal-famalicao.com

Fotos Paulo Ministro:
www.piksbox.com

Notícia internacional:
www.demotix.com

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Passeata a Fátima, Cães do Monte...

No passado Domingo, e como em todos os Agostos de cada ano, os Cães do Monte juntaram-se para mais uma ida a Fátima.
Às 6h da manhã lá estavamos os 8 bravos que se preparavam para um dia de brincadeira...
Eu, Rui Lima, Paulo, Né, Aníbal, Toni (mentor das idas em Agosto), Nando e o mais recente membro canino... o Ribeiro.
Largamos em direcção a Fátima para cerca de 210km de estrada, a ritmo mais ou menos intenso, mas sempre constante.
Uns de bike de estrada, ou de btt com slicks e um de Vag com semi-slicks (Vag não é bike, é sucata) hehehehehe.
O ritmo seria imposto quase sempre atendendo ao mais lento, mas lá me fui revesando com uns e com outros para puxar o comboio.

Uma troca de galhardetes entre alguns Cães, como mandam as regras de um bom canil, tudo para ver quem ladra mais e mais alto.

A primeira paragem foi um pouco antes de Mira, para um abastecimento à maneira, com uma cola e uma sandes de presunto em pão da avó.
Lá retomamos a ida para voltar a parar na Figueira da Foz, para mais um lanche reforçado.

Antes da Figueira, lá se partiu um raio da roda do Cão estreante, o Ribeiro, a mostrar que ainda não sabe pedalar, hehehehe.

As forças já começavam a faltar a alguns, o calor subia, e as lonfas rectas da Tocha já começavam a fazer moça.
Na Figueira levavamos uma miserável média de 30km/h.

Voltamos a montar as bikes e lá seguimos em frente para Leiria. O caminho levava uma rotação interessante mas começavam a haver baixas no grupo. Começava a dificuldade em manter o grupo unido e acompanhar a roda da frente começava, para alguns, a ser dureza.
Lá entrou em acção a locomotiva das traseiras, eu...

Em Leiria, tempo para mais um abastecimento, uma vista de olhos às morenas, e lá fomos para a subida do dia. Faltavam uns 20km e o calor, 43 graus celcius, iam promover uma subida dura e lenta.

Mas todos seguimos por estrada fora, com um grupo a destacar-se dos mais lentos, não era o combinado mas pronto, e passada uma hora estavamos em Fátima.
Tempo para comprar as velas e pô-las a derreter no local sagrado.
Depois de uma banhoca fomos à esplanada comer uns amendoins e partir as trombas a umas cervejas.

Com a malta toda reunida, lá nos metemos nos carros para o momento alto do dia... Leitão assado, mas não era um leitão qualquer... na realidade foram dois leitões de 4kg. Fabuloso.

Este ano encerra-se a nossa peregrinação, da melhor forma, e para o ano que vem, esperemos estar todos, ou mais, com disposição e valentia para mais uma ida.

É claro que ainda me martela a cabeça a ida E A VOLTA, DE BIKE, que ficou a meio no início da Primavera passada. Poderei contar com alguma companhia, malta da Schwinn e de outras andanças das duas rodas.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

GeoRaid #2 Serra da Estrela | Relato dia 2






Acordamos para mais um dia, já restabelecidos do empeno do dia anterior.
Fazia já muito calor e não havia vento. Já se sentia que o calor ia ser pior do que no dia anterior.

Devidamente alinhados na nossa box, esperamos pela nossa partida.


Essa fez-se em muito bom ritmo dado que os primeiros quilómetros foram sempre a descer, primeiro por estrada, depois por umas descidas cheias de pedra e mais tarde por caminhos cheios de regos e areia, aqueles que eu detesto mesmo.

O Rui lá se distanciava um pouco em cada descida que faziamos, e lá esperava por mim no seu fim.
Entretanto começaram as primeiras subidas, com início em alcatrão e eu a tentar convencer o Rui que teríamos de atacar com calma... "deixa-os ir" - dizia eu.
E assim foi, as outras equipas lá iam passando por nós, e nós lá iamos apanhando as equipas com maior handicap.

E assim foi até 1/4 da primeira grande subida, altura na qual já me sentia com a digestão feita, com o pequeno-almoço já devidamente digerido. Iamos a subir com uma outra equipa, comigo na retaguarda a guardar rodas... "saltou-te a mola ó palhaço?" perguntou o Rui - "anda, vamos" - disse-lhe eu. E começamos a subir bem aviados, e a recuperar as equipas que nos haviam já ultrapassado.
Uma a uma, lá iam ficando para trás, até chegarmos ao ponto de água. Voltamos a montar rapidamente e engatamos num grupo grande, com malta da Longusbike, entre outros.
Rapidamente, num estradão sempre a subir, isolamo-nos desse grupo numeroso, com mais uma equipa e lá fomos rolando de talega aviada, monte acima. O estradão era favorável para quem rola bem e tem pernas para aviar. O nosso caso!!!

Mais tarde vieram algumas descidas, zonas de bosque muito bonitas, mais umas descidas, mais umas subidas, até que engatamos na ultima grande subida do dia.

Mais uma vez, disse ao Rui: "vamos atacar com calma, mas sempre certinhos", "bóra lá" disse ele.
E assim foi, fomos subindo, por mato e por alcatrão até ao Poço do Inferno, sempre a ultrapassar equipas, entre as quais, o Mário Roma e a Adriana Nacimento.
Lá nos fomos mantendo estáveis, com o calor a apertar imenso e a água no fim.

A meio dessa longa subida comecei a ter dores na parte inferior do pé direito, não sei bem porquê, até hoje. Obrigou-me várias vezes a desmontar para aliviar a dor, mas mais uma vez não estavamos ali para desistir nem perder os lugares conquistados durante toda a manhã.
E assim fomos subindo, com apenas uma única equipa a passar por nós, uns simpáticos todos de cor-de-laranja.
Mais tarde veio a zona em que sou realmente forte... rolar para o final.
Deve ser o cheiro da meta, ou uma outra coisa qualquer similar, que me dá aquela pika para me curar de todas as dores e todos os cansaços.
Comecei a bombar forte, com o Rui sempre a vir comigo, mesmo sem cerveja.
E rapidamente nos afastamos dos perseguidores, e a muito bom ritmo.
Chegamos ao Centro dos Limpa-Neves e, novamente, sempre a descer por alcatrão até à meta.

Mais uma vez, a enorme felicidade de cortar o arco, ainda por cima com um tempo muito mais interessante do que no dia anterior, e a nossa melhor prestação em termos de etapas do GeoRaid.

Fizemos 22º lugar nesse dia, a contrastar com o 63º do dia anterior.
Em termos de Troféu, estamos em 19º lugar, mesmo a seguir às grandes máquinas que preenchem o TOP 20 no troféu GeoRaid, esta grande aventura com GPS.

Mais uma vez, Obrigado Rui Paiva Lima, por seres um excelente companheiro e um excelente navegador.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cannondale Factory Racing acaba Relação com Roel Paulissen



Bethel, Conn. - Julho, 16, 2010 - A Connondale anunciou hoje que a Cannondale Factory Racing (CFR) terminou o patrocínio e o relacionamento com Roel Paulissen depois deste ter violado a política Anti-Doping da equipa.

"Estamos muito desapontados pelo facto do Pulissen ter violado a política anti-doping da equipa. Acreditamos num determinado nível de competição e apoiamos todos os esforços e agências para limpar o ciclismo, enquanto desporto", disse Bob Burbank, Cannondale General Manager.

A CFR manter-se-á focada nos valores e objectivos em que foi fundada: dominar o Campeonato do Mundo com vitórias e pódios; medalhas Olímpicas em Londres 2012; e, apoiar um desporto limpo que transpire o estilo de vida pleno de diversão do ciclismo de montanha.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Este é o ESPÍRITO... GEORAID


Não interessa mais nada, apenas o apoio do companheiro, porque assim sabemos que chegamos ao fim, nem que seja arrastado pelas orelhas.

GeoRaid #2 Serra da Estrela | Relato


O GeoRaid tem a particularidade de cada atleta ter um companheiro para a prova.

Eu tenho o Rui Paiva Lima que, de resto, é um excelente companheiro, e creio que formamos uma dupla incomparável, por muitos e variados motivos. Acima de tudo pelas nossas diferenças como pessoas e pelo gosto, comum, de pedalar.

Neste tipo de provas cada um tem um papel bem definido quanto a determinadas tarefas. Outras há que as fazemos em conjunto, sem trocar grandes palavras ou divergências. Simplesmente acontece o que tem de acontecer. Isso não tem preço...

O Rui trata da navegação por GPS, eu trato da forma como "atacamos" a prova, atento aos pontos de água, às altimetrias, aos momentos de descanso e de ataque.

Na realidade eu começo sempre empenado as provas e depois vou aquecendo, o que geralmente só acontece aos fim de, pelo menos, 60km. O Rui começa com o Power todo e a matar-me em cada subida. Mais adiante, eu renasço e trato de puxar o carro-dos-bois.

Ainda bem que assim é, assim ninguém empena ao mesmo tempo.

Devo-lhe agradecer toda a paciencia que tem comigo, pois sou um "nabo" a andar de bike, e em zonas técnicas lá vai o Rui montanha abaixo e eu largo sempre o raio da âncora. Também é ele que está sempre atento à mecânica.

Nesse mesmo espírito de Companheirismo pedi-lhe para ser ele a fazer o relato de pelo menos um dia de prova.

Aqui vai a crónica pelo meu companheiro... dá-lhe, Rui...

"Mais um GeoRaid, desta feita na Serra da Estrela. Eu e o meu parceiro, o Nitro, lá fomos sexta-feira de tarde, na nossa carrinha (Transit Bi-Xénon, chamada Ivone) e demos boleia a dois colegas de "profissão" do Clube BTT de Matosinhos, o Carlos Araújo e o Telmo Lopes.
Perto das 19h chegamos ao Hotel Serra da Estrela, fizemos o check-in, pousamos os sacos nos quartos e depois de um banho refrescante fomos levantar dorsais.
Lá por volta das 20h30 fomos jantar e toca a ir para o quarto para descansar pois esperava-nos um primeiro dia extremamente difícil com previsão de muito calor e um acumulado de 3.923m em 114km.
Sábado acordamos às 6h30 da manhã para nos prepararmos sem stress e às 7h fomos tomar o pequeno almoço.
A nossa partida estava prevista para as 8h24' mas tinhamos que nos apresentar 8 minutos antes, pois assim reza o Regulamento da Prova. Com o nervoso do costume, antes da partida, lá nos desejamos boa sorte e fomos para a aventura épica...
Arrancamos muito forte, sempre a subir, com o Nitro a dizer-me para ir mais devagar, fomos descendo, fomos subindo, e o calor também, com o Polar a marcar 43 graus celcius.
Aos 70 quilómetros o meu combustível começou a acabar, as luzes do tabliê todas a acender e a vermelho, comecei a andar a pé e o meu parceiro sempre "impec" e a incentivar-me a ter força até que lá conseguimos chegar a Manteigas, e qual não é o meu espanto, encaramos com um montão de riders no super-mercado a comprar comida e bebida, todos como eu, com um grande empeno.
Descansamos um pouco, bebi uma cervejola, deitei-me para relaxar e lá arrancamos. Até parecia novo, só faltava a ultima subida de Manteigas para o Centro dos Limpa-Neves, cerca de 16km. Quando entramos no asfalto tive outra fuga de combustível e aí é que foi uma desgraça. Só ao empurrão é que fui andando. O meu Nitro estava na máxima força, tinha de dizer para ele me empurrar mais devagar, e depressa chegamos ao cimo.
Depois foi descer até ao Hotel.
Tomar banho e comer era a prioridade depois de umas magníficas massagens e jantar.
De seguida fomos para o Sono dos Justos pois no dia seguinte tinhamos mais trabalho para fazer no resto da serra."