sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Porto - Fátima - Porto

A tirada de 470 Km ficou-se pela metade... Não por falta de pernas, mas por falta de tempo.

Na véspera estava tudo a postos, com horários combinados e locais de partida e acertei com o Cruz (Gaiabike) a minha partida. Iria sair com o Paulo cerca de uma hora mais tarde do que o grupo da Gaiabike.
O ponto de partida deles seria de Valadares às 5h15. Combinei com o Paulo um pouco mais tarde, com a tentativa de apanhar o grupo principal ainda antes da Figueira da Foz.
Às 6h da manhã lá estavamos, nós os dois, a passar Valadares e a fazer contas ao adianto que o grupo levava, cerca de 45', o que daria uns bons 25km de avanço. Bom, não havia nada a fazer senão pedalar até os apanhar.

Lá fomos os dois sempre em bom ritmo, com média de 30, até Ílhavo, onde a mesma baixou drasticamente para os 29km devido às obras e à lama na Nacional 109. Ainda antes de Espinho fui brindado com um furo na roda da frente.

1ª paragem... Chegados a Mira, tempo para "meter" uma nata e um café na confeitaria "Arcada" e fiz a primeira tentativa telefónica para apanhar o grupo fugitivo. 3 tentativas e nenhuma resposta. Começamos a recear que o grupo tinha desistido ainda antes de partir dado que o chão estava cheio de água da chuva que, teimosamente, caiu de véspera.
Lá seguimos em direcção à Figueira, com um tremendo vento Sul, de frente, a moer o corpo e a mente. Durante kms trocamos de posição à liderança deste pelotão de 2 malucos. A média voltou aos 30 e houve vários momentos a rolar aos 40, mesmo com vento de frente.
Chegam a subida e a descida para a Figueira e tempo para a 2ª paragem.
Para espanto nosso, não conseguimos apanhar o grupo dos 6 fugitivos. Eles estavam mesmo a andar bem.

2ª paragem... à entrada da Figueira lá nos reabastecemos devidamente, feitas umas chamadas telefónicas para as fãs, lá chegou o momento de tentar encontrar o grupo. Faço 3 tentativas para uns números, e à quarta lá me atende o Filipe -"tou, Filipe, é Ricardo. Onde estás?" - "Olá Ricardo, estamos a começar a subir para a Figueira" - "Não pode ser. Já cá estamos há meia hora e não passamos por vocês!!!" - "Então, mas nós ainda não chegamos"...
Sem sabermos bem como, e somado todo o tempo de avanço, chegamos ao km 150 do treino com um diferencial de quase 2 horas. Afinal o grupo fugitivo não andava a fugir. Eu e o Paulo é que estavamos a tentar caçar alguém, que a determinada altura, terá sido ultrapassado, algures.
Meia hora depois do telefonema, lá começa o grupo a chegar. Mais uma meia hora parados para o cafézinho deles. Ao fim de 90' de paragem na Figueira lá seguimos caminho.

O grupo teimava em não ultrapassar uma média de 25km. O andamento estava francamente baixo, mas foi essa a opção do grupo para garantir um regresso sem dor.
Entretanto o relógio andava e a média no meu Polar ia baixando. E, nos ultimos 50km passou de 30 para 27,5.
O Paulo já fazia contas às horas, e os nossos planos de chegarmos às 12h30 a Fátima foram depostos, bem como os de chegar às 21h a Gaia.
Fizemos um raciocínio em conjunto e percebemos que o grupo dos peregrinos não conseguiria chegar antes das 2h da manhã a casa. Para nós os dois isso era uma hora que não fazia sentido nem parte dos planos.
A 17km do final, em Leiria, e na ultima subida do dia disse ao Cruz que iriamos arrancar e que depois nos desenrascavamo-nos por nossa conta. Disparamos por lá cima em direcção a Fátima e chegamos ao destino, precisamente, às 15horas. Muito mais tarde do que o previsto. O grupo chegou perto das 17h.
A solução seria voltar para Gaia de comboio.
A estação de Fátima fica a 25km do santuário e lá fomos os dois até ao destino final de bike.
Apanhado o Expresso do Sul até Coimbra, recebemos uma boleia fantástica até Gaia. Pena o cheiro a jaula de macaco que ficou dentro do carro.

O grupo de peregrinos, cumpriu a promessa, e chegou a Gaia precisamente às 2h da manhã, tal como a minha previsão.

Foi pena a grande diferença de andamentos mas agradeço ao Cruz o cuidado que teve em deixar-nos à vontade para levantarmos voo quando o deseja-se-mos. Parabéns amigos pelo feito de ir e voltar.
Fica agora a vontade pessoal, muito grande, de acabar o que deixamos a meio.
Será em breve.

1 comentário:

FRINXAS disse...

Ola Ricardo, tudo bem?

Passei por vocês ali pela zona da Figueira acho eu, ainda dei um grito de boa viagem. Ias sozinho um pouco mais á frente naquele momento...

Nós vinhamos 3, desde Arruda dos Vinhos. Fomos até Ermesinde. Bem menos que a vossa distância, mas lá chegamos aos trezentos e poucos.

E vocês, como correu?

Desejoso por ouvir esse relato, e que tudo te tenha corrido da melhor maneira camarada.

Fote abraço e um grande bem haja!