segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ultra Series 2011, ser um finisher

Falar do Ultra Series, é falar do trabalho fabuloso desenvolvido pela Trilhos Vivos, mas é também falar de muitos quilómetros em cima de bike, de muita amizade, de muito sofrimento e de muita paisagem. Sem nenhuma ordem em específico... ou talvez sim.

O Ultra Series é um conjunto de 3 ultra maratonas que se disputam em Portugal, a Sul do Tejo, muito a Sul.
São mais de 650km percorridos, mais de 12.000 m de acumulado vertical positivo, mais de 36h de prova.
Começou com o SRP160, passou pelo eoX240 e culminou agora com o Sudoex. Foram três grandes fins-de-semana de duro desafio.

Mas mais do que dados de prova (isso será relatado noutra mensagem) é receber a confiança dos amigos e aceitarem incondicionalmente o desafio acreditando quando lhes aceno um "claro que vamos conseguir". Nestas alturas, e especialmente para quem nunca experimentou Ultras (eu acho que sempre e só experimentei as mais difíceis) o desafio apresenta-se como algo que já não sei descrever por ter perdido essa inocência há muito tempo, mas diria que... um desafio duro demais. Acredito que aparente isso, sem erro...

Quem pedala comigo sabe que, dificilmente, alguém fica para trás e que só por força maior é que se desiste. Só mesmo no limite onde já não é seguro continuar. Os limites existem e são para se cumprir. Podemos aplicar muitos chavões, mas o respeito pelo corpo é imperativo.

Durante este longos quilómetros muita coisa aconteceu, muita dor rolou, e houve quem ficasse para trás. No fim, e é isso que importa, os laços estão mais fortes e inabaláveis. O meu típico sorriso confiante está cá (ainda que lhe chamem de bandido ou arrogante). Em boa verdade é de quem sorri de frente para os desafios da vida. Senão vejamos...
- arrastei os meus amigos para as coisas mais difíceis que se fazem numa btt em Portugal, desde Geo-Raids até eoX240, permiti-me fazer acreditarem que é transponível algo onde raramente se faz pela metade durante os treinos, subimos montes e descemos a vales, cruzamos o país de Espanha até ao mar, suamos, sofremos, sentimos o sol a estalar a pele, o ácido a rasgar as pernas, a bike a gritar por óleo, por manutenção, por descanso, e no entanto... fez-se.

Há pessoas que nos marcam na vida, no btt encontrei a maior parte delas. Não pelo amor às bikes, em si, porque isso é apenas um gosto comum, mas pela capacidade de aceitar o desafio sem competição entre amigos. De, independentemente dos resultados, saber esperar e levar. Carreguei, mas também fui carregado. Incentivei, mas também houve quem me "limpasse as lágrimas" de dor.

Não vou desembrulhar panos de adorno e de bajulação mas há coisas que devem ser ditas.

Obrigado Rui Lima porque és um senhor em cima de uma bike, e na tua exaltação sempre foste brando e paciente comigo. Foi assim que aprendi alguma coisa a andar de bike. Fizeste falta no Sudoex, havia lá 30km de muita areia que sei que ias detestar, mas já percorremos juntos os mesmos trilhos no Nacional de 2009. E chegamos ao fim, não foi?

Obrigado Bruno Espinha por teres trabalhado tanto para outros no eoX240, mesmo com o risco de comprometeres a tua prestação. Eu sei que não é fácil andar mais devagar, ao ritmo dos outros. Eu sei que mata. Isso matou-me em Serpa, mas fiz pelo Rui e o Karma compensou-me no eoX contigo. Obrigado pela tua roda, mas acima de tudo obrigado por nos levares... eramos 4!!!!

Obrigado Nuno Machado por seres como um irmão, mais velho, ainda que mais novo, ainda que a grande distância nos separe, mas estás sempre por perto. O verdadeiro anjo da guarda. Obrigado pela tua sapiência. Obrigado por partilhares o mesmo prazer pelos longos desafios e o mesmo sorriso perante a adversidade. Nisso somos parecidos, mas tu és melhor!!!

E no que toca a parecenças, e como tens uns óculos parecidos com alguém muito amigo, chega a vez do Sílvio, que sendo o último, aqui, caminha lado a lado com todos os bons que me acompanham. Somos a redundância do Karma!!!
Sílvio... não sei bem que relação temos, mas amizade é de certeza absoluta. Dos anteriores és o que conheço há menos tempo. E?!?!?!?!
O que te dou, dás em igual medida, ou mais. Quem sabe? Quem está a medir? É que nestas coisas de amizade, ou se dá ou se fazem contas. Eu não sei contar. Obrigado por me acompanhares, por me olhares de lado como se eu fosse um doido a vociferar quando te tento convencer a ires à guerra jurando-te que só vais dar e nunca apanhar!
Obrigado pelos treinos partilhados, por estares lá quando as coisas estão difíceis. Obrigado pelo eoX, pelo Sudoex, por Porto/Fátima/Porto, por já me estares a insultar pelo Porto/Estrela/Porto, pelo Porto/Algarve e pelo que mais virá. Porque disso eu não tenho noção. Mas se há uma coisa que sei, é que nunca te abandonarei tal como nunca o farás.
Obrigado por fazeres o que te pedi, por te divertires e por seres o nº 1 da Ultra Series Solo "rider".

Com tanta lamechice, e torno pública esta amizade (mais uma vez), resta-me ganhar fôlego para, em breve, ter forças para descrever detalhadamente os momentos vividos nesta ultima etapa da Series e resumir todas as outras.

Mas ser um Finisher passa essencialmente por aqui. Por percorrer caminhos, no trilho e na vida. Todos eles, eu faço-os na melhor companhia. O resto? Bem... o resto são tretas. Estórias do circo dos espelhos.

até já!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

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